by Andrea
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O educador francês Célestin Freinet nasceu na aldeia de Gars na França em 1896. Após participar da guerra em 1914 tem sua trajetória voltada para a educação primária, marcada pelo ideal de liberdade, amor e força interior que tudo supera.
Para ele, “a educação não é uma fórmula de escola, mas sim uma obra de vida”.
Com seu jeito gentil e sensível, os poucos vai descobrindo a verdadeira alma infantil: seus principais interesses, os receios e os seus desejos.
A alegria de viver deste educador e o exercício do amor, da paciência e do afeto à criança, ao homem, a natureza e a vida, acabaram por estabelecer a base do seu fazer pedagógico:
“É preciso ter sido companheiro das vítimas da miséria e da dor para sentir no mais profundo de si mesmo que toda educação deve principiar pela aproximação da alegria”.
Freinet rejeitava os manuais escolares por considerá-los contrários ao processo vivo e dinâmico que é a aprendizagem, considerava trabalhar as dúvidas que surgiam durante as aulas, como uma oportunidade para suscitar questionamentos e situações favoráveis ao diálogo com os presentes conteúdos apresentados.
O exercício escolar, no qual os alunos organizavam e participavam, chamado de tateamento experimental, tinha como base o cooperativismo e a responsabilidade, sem autoritarismo, num relacionamento democrático ao aluno e um aprofundamento do ponto de vista automático e rápido, respeitando cada um o seu ritmo individual.
A importância que dava aos trabalhadores, o desejo de aprofundar o homem ao seu potencial de luta, a sustentabilidade da sua vida, a criação de cooperativas, a fundação da escola proletária, a alfabetização nos campos de concentração, seja socializando sua prática com outros professores, fazia parte de uma pedagogia fundamentada na certeza de que “a vida se prepara pela vida”.
Freinet sempre se preocupou com a busca por uma solução para o problema educacional, que garantisse que os alunos pudessem percorrer os seus próprios caminhos e ter o direito à educação como instrumento de libertação.
Além disso, a vontade de se desenvolver uma pedagogia dissociada do momento social e da defesa que “exercita uma prática educativa como conquistas tecnológicas após um serviço do homem para impulsionar a sua frente, possibilitando uma atenção e sustentabilidade do processo de evolução”.
Em seu discurso no Congresso em Bruxelas em 1934, Freinet:
… “Somos, já somos um movimento pedagógico, que a vida se adapta, na prática, como as nossas escolas às necessidades do momento e nos meios que atualmente e uma futura organização social e científica nos põe a disposição.
… Está tudo por fazer!
A tarefa de educar nunca estará concluída, continuará sempre em constante adaptação, em busca de novos instrumentos e técnicas de trabalho, que permitam realizar na escola os sonhos dos pedagogos em conjunto com todos os educadores.
Ela não pode ser um homem, por mais genial que ele seja.
Deve resultar da colaboração de todos os educadores diretamente interessados na tarefa em que se comprometeram.
Para Freinet, “Sem conjunto de atividades que são oferecidas, escolha como que iluminar a sua vida, como que a causa do crescimento e do conhecimento, como o que faz brilhar o sol.
Deixe as flores desabrocharem, mesmo que em algumas ocasiões, um orvalho como molhe. O resto virá por acréscimo!
Algumas reflexões de Freinet retiradas do livro “Pedagogia do Bom Senso”:
“Infeliz educação a que pretende, pela explicação teórica, fazer crer aos indivíduos que podem ter acesso ao conhecimento pelo conhecimento e não pela experiência”. (P.42)
“Reponha esse trabalho no circuito da vida. Dê-lhe uma finalidade e um sentido. Que ele alimente e impulsione o comportamento natural, que se situe no núcleo do seu destino individual e social”. (P.35)
Quando o aluno fugindo à regra escolar, realizar pelos campos, pelos caminhos e pelos bosques, pelo menos uma parte dos seus sonhos; quando o professor encontrar as forças vivas provindas de uma nova compreensão do dinamismo de sua função educacional, então você verá o que pode suscitar de atividade e audácia uma vida cuja grande lei é – apesar de tudo- triunfar! (P.55)
“Lembre-se que saliva e trabalho são antinômios. Aquele que trabalha economiza palavras e aquele que fala muito sempre ecomiza trabalho. Poupe a sua saliva e organize o trabalho”. (P.91)
“Devemos permanecer sempre de atalaia, experimentar todos os nossos passos, partir da tradição, apoiar-nos nela nos momentos difíceis, mas ultrapassar e abandonar os caminhos traçados, lançar postes, cavar túneis, escalar encostas, alcançar cumes, para irmos sempre em busca de mais claridade e mais sol”. (P.94)
(…) Que o conhecimento não é uma construção erguida tijolo por tijolo, mas o jogo ainda misterioso de conexões sutis que se estabelecem, de faíscas que saltam; que o segredo principal de todo esse mistério é, em primeiro lugar, a VIDA!
Published: Aug 20, 2018
Latest Revision: Aug 23, 2018
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